[OPINIÃO] O Nacionalismo em Tempos de Crise

Imagem: Quadro "A Liberdade Guinando o Povo" de Eugène Delacroix. Fonte: História das Artes.

O nacionalismo na descrição do dicionário significa: 
  1. salvaguarda dos interesses e exaltação dos valores nacionais. 
  2. sentimento de pertencer a um grupo por vínculos raciais, linguísticos e históricos que reivindica o direito de formar uma nação autônoma. 
Já no sistema que vivemos atualmente, é complicado de ter um termo apropriado, para algumas nações, ele pode ser dado como ultrapassado, mas quando vemos o crescimento da extrema direita em países como Brasil, Reino Unido e EUA, juntamente com a manutenção de poder e domínio dos recursos por parte do Estado, o que ocorre em países como a China, Russia e Turquia, passamos a olhar o nacionalismo com outros olhos, percebe-se que tem ocorrido uma onda nacionalista nos últimos anos, e em alguns países, décadas. 

Talvez, o que possa nos fazer pensar que o nacionalismo possa estar ultrapassado, são os processos de integração, realizados com mais eficácia na Europa, mas também ocorre com menos força na América latina, África e Sudeste Asiático. Entende-se que com o novo Coronavírus, a Europa vai ser o novo epicentro de uma onda de maior manutenção do poder por parte dos Estados, esse processo será individualizado, levando em conta que os danos podem ser muito diferentes, quando se leva em comparação a produção de cada país em termos econômicos, como também a quantidade de pessoas infectadas, em termos de saúde pública. 

A Alemanha, apenas após dois meses de pandemia, começou a sinalizar uma intenção de trabalhar com a integração para a resolução do problema causado pelo vírus, isso mesmo, por dois meses, trabalhou fechando suas fronteiras, impedindo a saída de recursos que poderiam ser utilizados por ela, isso é um exemplo que como a Europa e União Europeia vão tratar as resoluções pós crise pandêmica. 

Sim, existe uma intenção de trabalhar com a integração, mas antes, precisamos (países) nos restabelecer internamente para ter o que oferecer pra fora, dito isto, por conta da quebra de alguns acordos UE-EUA, juntamente com a estabilidade econômica que a China apresenta em relação aos outros países afetados pela crise, existe a possibilidade de criação de diversos acordos entre China e União Europeia. Assim, a China poderá focar suas ações por meio da bilateralidade, porquê nessas situações, ela sempre será parte dominante na negociação, até mesmo com grandes atores do sistema como Alemanha, Reino, EUA, até mesmo a UE. 

Não é possível prever o futuro, aliás, uma lição que o Coronavírus tem nos ensinado é essa, só de vive um dia de cada vez, ainda assim, temos esse desejo de tentar prever, como será o amanhã. O questionamento que levantamos é o seguinte: Até que ponto, a crise pandêmica que vivemos, pode prejudicar os processos de integração internacional realizados até o presente momento?

Por: Daniel Silva

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